Um momento de celebração da freguesia para os fregueses que se estende por quatro icónicas semanas no ano, prontas para brindar quem aparece com a qualidade que todos os que por aqui passam esperam encontrar. E encontram.
A meio do mês de setembro, o tempo é imprevisível e não deixa adivinhar, de manhã, como será a noite. É domingo e o final da tarde brindou o Jardim da Luz com um vento brando que sabe bem. No interior do jardim, ouvem-se madeiras que, penduradas, batem umas nas outras. É dia de artesanato na Feira da Luz.
Entre uma costureira que ultima as bainhas de uma camisola trabalhada à mão e um marceneiro que dá forma a um pequeno pião de madeira para deleite do mais pequeno de uma família de cinco que aguarda ansioso pelo novo brinquedo, o jardim tem de tudo. Sobretudo, tem amor. Vivido a pares, em família, entre amigos. São assim as semanas do mês de setembro em Carnide. Um espólio do melhor que cada um dá aos outros, em muitas formas diferentes.
Para quem está aqui, no centro do Jardim da Luz, de um lado, o som das crianças que brincam num pequeno lago com o olhar atento dos mais velhos, do outro, os sons fortes que, a medo, se começam a ouvir vindos do palco. Faltam algumas horas para o concerto, mas os músicos não esperam para garantir que tudo está onde precisa de estar para logo à noite. O teste de som começa. Com ele, a confirmação do que já se esperava: uma feira que é o centro de muitas vozes, que junta gerações, que une os mais diversos géneros musicais, do tradicional ao contemporâneo, do pop ao rock, do neto ao avô.
Um momento de celebração, da freguesia para os fregueses, que se estende por quatro icónicas semanas no ano, prontas para brindar quem aparece com a qualidade que todos os que por aqui passam esperam encontrar. E encontram. Por muito que o tempo quente da manhã, não deixe vislumbrar o que pode vir a ser a noite, uma coisa é certa: quem vem à Feira da Luz, encontra-a fiel à sua génese centenária, única e cada vez mais capaz de se inovar.